terça-feira, agosto 30, 2005

Três irmãos em Gaza

A revista de domingo do Independent é daquelas que você lê e passa o resto do fim de semana com a impressão de que o mundo tem jeito. São reportagens interessantíssimas, curiosas e de alguma forma "pra cima". Até nos assuntos mais tristes e delicados.

"Na cidade dos mortos" é o título da matéria sobre a vida de três irmãos palestinos fotógrafos da Reuters e o dia-a-dia de trabalho deles na sua cidade natal: Gaza. Tentei achar o link para o texto do Independent, mas não há qualquer menção às matérias do suplemento "The Sunday Review" na página do jornal.
Os trabalhos de Mohammed Salem (20), Ahmed Jadallah (40) e Suhaib Salem (26), nesta ordem na foto abaixo, estão expostos no Festival Internacional de Fotojornalismo que acontece durante essas semanas na França.



Na matéria do Independent, os três contam como é cobrir uma infinidade de funerais e sempre tentar fazer "aquela" foto. A que vai chamar a atenção dos jornais de todo o mundo. Um dos recursos é prestar atenção no que está ao redor, na órfã que chora a morte do pai, nos soldados...


Foto Mohammed Salem 



Foto Suhaib Salem


A matéria do Independent é encerrada com aspas de Ahmed:
"Depois de eu ter sido ferido, fui levado a um hospital de Jerusalém e fui posto num quarto junto com um soldado israelense baleado pelo Hamas, um colono de Kiryat Arba, um rabino ortodoxo americano e um palestino de Belém baleado por um militar israelense. Durante cinco dias, ficamos naquele quarto. No começo nenhum falava com o outro. Depois passou a ser 'bom dia' e 'boa noite'. Aí, o colono começou a me levar chá e café, porque eu não podia andar. Depois se soube que a mãe do soldado era do Iêmen e falava árabe. Acabamos nos tornando uma família. No fim de tudo, eu disse a eles que se fomos capazes de viver juntos num hospital, talvez isso também possa acontecer fora de lá".


Foto Ahmed Jadallah

Ahmed foi baleado em março de 2003, quando cobria uma incursão do Exército israelense na Faixa de Gaza. Cambaleante, achando que ia morrer, fez mais três clicks. Um deles lhe rendeu o primeiro lugar na categoria "Spot Single News" do World Press Photo de 2003.
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segunda-feira, agosto 29, 2005

Pints, hamburger e salsicha


No churrasco pós-dissertação, o corajoso Guy e sua
camisa do PT. Mas faltou um vermelhinho... Posted by Picasa

Mais fotos do pub/churrasco, aqui.
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sexta-feira, agosto 26, 2005

Começo do fim

Começou hoje oficialmente a temporada de despedidas. Entreguei a dissertação na secretaria com um "Bom, é isso aí então, né..." Triste...
Cheguei cedo para imprimir as duas cópias e peguei a chave da sala de computador na secretaria, como fiz muitas vezes esse ano... Vou sentir saudades de . Muitas. A mistura certa entre a seriedade britânica de um instituto de pós-graduação e a informalidade de um jardim de infância, onde os alunos são poucos e todos se conhecem pelo nome.
Detalhes que eu havia me acostumado, mas hoje, enquanto a dissertação ia saindo aos poucos da impressora, comecei a olhar de uma maneira distante:
- A senha que todos os alunos têm para abrir as portas dos dois prédios pequenininhos na Tavistock Square;
- O escaninho onde a gente pega correspondências e é organizado pelos nossos sobrenomes;
- O bom dia acrescido do seu nome que passou a ser uma coisa mais que comum;
- O "common room", para onde a gente ia depois das palestras de quarta-feira à noite tomar vinho e conversar com professores, alunos e palestrantes;
- O mesmo common room onde a gente se encontrava antes e depois das aulas para bater papo, comer sanduíche no inverno (quando não dava para ir às praças próximas);
- A cozinha pequenininha à qual os alunos também têm acesso;
- As senhas de acesso à rede de computador e à intranet coladas na parede do computer room;
- A elegante sala "Old Library" e a sua mesona com feltro verde ao redor da qual sentam-se alunos e professor e onde eu tinha todas as minhas aulas;
- O chocolate trazido pelo professor para distribuir entre os alunos em comemoração do seu próprio aniversário;
- E as fichas nos livros da biblioteca em que a gente só precisava botar o nome ("Julia", sem sobrenome mesmo) para tirar xerox. Virei exímia "tiradora de xerox" esse ano.

Hoje à noite é o churrasco de comemoração da entrega da dissertação na casa de um dos colegas. Onde a gente também comemorou o fim das provas, em maio. O dia da inscrição, naquela sexta-feira 24 de setembro de 2004, parece que foi ontem...
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quarta-feira, agosto 24, 2005

Muito perto da City londrina...

Fazer um doc (uma transferência de um banco pra outro) aqui nessa terra é uma coisa com-pli-ca-dís-si-ma! Primeiro tentei pela internet. Aparentemente, a minha conta (universitária) não permite isso.
Consultei dois amigos: "Bom, então eu preciso ir a uma agência do MEU banco e aí posso tranferir pra QUALQUER outro banco?" A pergunta que pode parecer idiota no Brasil não é aqui não.
Achei que fosse ser um pouco complexo, mas me surpreendi ao ser avisada pela mocinha do caixa que teria que retirar o dinheiro no Natwest e levá-lo (num envelopinho!) até a agência mais próxima do Barclays. A outra opção era pagar 23 libras (R$ 101,00) para um doc como esses que a gente faz no Brasil.
"E onde é a agência mais próxima do Barclays?"
"Só um minutinho que eu vou procurar saber".
E lá fui eu... Com 350 libras (R$ 1.543) embaixo do braço... Andando uns seis ou sete quarteirões. No Barclays, a fila imeeensa (claro, né?). Preenchimento daquele papelzinho para o depósito. O recibo é uma parte do papelzinho com um carimbo do Barclays que pode ser copiado em qualquer papelaria da esquina. Não há qualquer número de identificação do seu depósito como aqueles imensos que são impressos no Brasil por aquelas maquininhas.
Saí de lá com aquele papelzinho na mão, olhando pra ele. O meu "comprovante" de depósito de 350 libras para a agência de viagens que me vendeu a passagem pro Brasil.
Como é que isso dá certo, hein? Fui conversar com um amigo inglês que trabalha na City e ele disse: "Pois é... Outro dia eu tive que...." E mais uma história escalafobética do sistema bancário inglês.
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segunda-feira, agosto 22, 2005

Ainda o piquenique

Consegui organizar as fotos. Destaque para os detalhes nas mesas/toalhas de piquenique. E para os lampiões chiquérrimos. O Ricardo acabou providenciando o nosso. Todas as fotos aqui.


O nosso piquenique antes do show! Posted by Picasa
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Não dá nem pra acreditar

Quando chega essa hora a gente sempre fica meio perdido. Tá. Agora eu faço o que?
Dissertação con-clu-í-da! Alguns ajustes depois da revisão que está sendo feita por um amigo e tchan-ran!
A alforria foi comemorada no show/picnic do Jorge Ben Jor em Marble Hill. Por enquanto, vou me limitar a dizer que foi fantástico. As fotos ainda estão sendo organizadas mas vêm em breve para o blog.


Iracema flagrando uma gargalhada no
show/picnic do Jorge Ben Jor Posted by Picasa
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quinta-feira, agosto 18, 2005

Os quietinhos

Os quietinhos estão sempre em alerta. Sobre a crise política, já recebi emails que começavam "Ah, Julia, vc vai me desculpar mas bla bla bla...". É o pessoal que lê o blog, mas que prefere não usar os comentários, ou por preferir falar diretamente e aproveitar para mandar notícias ou por ficar sem graça mesmo.
A história do "Pedala, Robinho" rendeu pano pra manga! Num dos emails, recebi uma explicação detalhadíssima sobre a origem da expressão e o background que eu precisava pra entender quem é "Merchan Neves", o que dá um tapa na nuca do anão com a camisa do Santos e grita "Pedala, Robinho!!" Num outro email, me contaram que a tal expressão vem até preocupando a TV Globo.
Num outro assunto, uma quietinha também muito querida me confirmou que a palavra "calorento" também não existe no francês. Mas "friorento" sim. Definitivamente, isso era uma coisa que deveria ser estudada por alguém. :-)

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Saiu ontem no Christian Science Monitor: "No campo dos reality shows, não tem nenhum tão real quanto o que está passando na TV brasileira. Ao vivo do Congresso!" A matéria continua e termina com um "Continue ligado!"

Confesso que estou longe de fazer parte da lista de pessoas que mais lêem sobre esporte no mundo, mas vocês sabiam da Olimpíada indígena que está acontecendo no Pará?
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quarta-feira, agosto 17, 2005

Dois lados da mesma moeda

No Brasil, o Viva Rio tá tendo os planos da campanha do desarmamento atrapalhados pelos loucos que apóiam o direito ao porte de arma. Eles conseguiram que uma decisão da Justiça afastasse a ONG da liderança da campanha, já que uma lei proíbe o uso de recursos estrangeiros em atividades políticas. Aquilo me indignou.
Mas, olhando um pouco mais para Oeste na América Latina, a gente se lembra da Venezuela (onde existe a mesma lei) e de toda a grana dos EUA que entra lá destinada à campanha anti-Chávez. Não que o Chávez seja um santo. Muito longe disso. Mas é dinheiro que financia movimentos não muito democráticos. Ou eu estou errada?
Numa entrevista publicada domingo na Folha, a diretora da ONG Súmate, María Corina Machado, diz que os US$ 31 mil doados pelo National Endowment for Democracy, uma organização que recebe recursos do Congresso dos EUA, foram usados "para realizar 24 oficinas de educação popular nos distintos Estados da Venezuela para formar facilitadores sobre o marco jurídico e eleitoral". Será mesmo? Essa foto aí, publicada pela Folha, dá ou não dá um medinho?


Diretora da Súmate na Casa Branca

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Achei isso aqui outro dia. Bem feito, porém triste... Ocupamos quase todos os quadrinhos da corrupção na América Latina... Narrados pela voz de ninguém mais, ninguém menos que aquele repórter das obesas tchecas na Praia de Ipanema, o Larry Rohter.
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segunda-feira, agosto 15, 2005

Descanso e festa em Camden

Pausa para respirada e algumas pints para comemorar o aniversário da Isa num pub em Camden, onde ventou absurdamente, choveu, fez sol, calor e frio. Foto descaradamente roubada do blog da Neli.


O "grupinho" sem a Tati. A aniversariante no meio! Posted by Picasa
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domingo, agosto 14, 2005

"É caro ser pobre"

A gente descobre que definitivamente não é normal quando acorda às 4h (porque foi dormir às 22h - ?!?!) e passa uma hora assistindo a um vídeo sobre o lançamento de um livro sobre transferência de dinheiro do exterior pelos imigrantes. Taí um termo que é bem mais bonitinho em inglês: remittances. Comecei a gostar desse assunto assim de repente. Depois de uma aula sobre migração. "Remittances: a tool for reducing poverty" é um dos best sellers do Banco Mundial atualmente.
Na palestra, um dos editores, Samuel Munzele Maimbo, conta en passant o interessantíssimo caso da Somália, onde, sob profundo caos político, o dinheiro enviado pelos que deixaram o país fez com que ele ficasse em melhores condições do que quando era administrado por um governo "decente". Deixando claro aqui que esse foi um livro publicado pelo World Bank e que essa história pode - e deve - ter um outro lado.
A parte mais emocionante do vídeo (meu Deus, olha o que eu estou falando!!) é quando o próprio Munzele Maimbo conta que teve seus estudos pagos com o dinheiro que seu irmão mandava do Reino Unido, onde trabalhava no campo durante os intervalos da universidade. Anos mais tarde, o futuro economista do Banco Mundial fez o mesmo, enviando dinheiro de Manchester para o seu irmão mais novo, que pouco mais tarde financiou os estudos da caçula com o dinheiro que ganhava trabalhando numa boate em Londres. Sério, fiquei emocionada.
No fim do evento, Donald F. Terry, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), lembra a todos que só se dá importância pra remittances agora porque é um setor que movimenta "bilhões e bilhões e bilhões de dólares". Ninguém é bonzinho não. Terry lembra que sabe-se muito sobre foreign direct investment etc etc mas pouquíssimo sobre o dinheiro que sai de um país e vai para outro enviado de civil para civil, principalmente extra-oficialmente. "É caro ser pobre", diz ele, explicando que custa muito para quem não tem "um pedaço de plástico" mandar dinheiro de um país para outro. Terry destaca a experiência da Guatemala, cujo sistema bancário vem aumentando absurdamente por causa das transferências de dinheiro e se adaptando a ele.

Achei isso tudo numa supresa agradável no meio dessa madrugada: o primeiro blog desenvolvido pelo Banco Mundial, lançado recentemente. Private Sector Development Blog, "a market approach to development thinking", conta muito bem um dos lados dessa história toda de desenvolvimento.

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Hoje os jornais falam da nova versão sobre a morte do Jean Charles. Citando o "Daily Mail", o Globo conta que o brasileiro morto em Stockwell "teria usado um bilhete eletrônico para passar pela roleta e, pelo menos inicialmente, teria caminhado até a plataforma. Além disso, ele não estaria usando uma jaqueta de inverno e os policiais não teriam se identificado de maneira apropriada ao abordá-lo".
Essa semana um amigo inglês veio me contar que, voltando do trabalho, num double-decker (os ônibus de dois andares), viu um cara com uma camisa que dizia: "Por favor não atire. Não sou brasileiro".

Sobre o drama do nosso lado do Atlântico, o Xéxeo fala que "deu pra chorar assistindo o Jornal Nacional". Pois eu consegui acessar o discurso do Lula pelo Globo Midia Center e assisti fazendo a mesma coisa... Há um tempão não ouvia a voz do Lula. Ele está bem mais murchinho... Não é pra menos...

Da Jamaica, pelo menos, boas notícias... :-)

E viva o ombusman da Folha! Sobre o caso Escola Base: "Esse é um caso tão emblemático que me pergunto por que as empresas condenadas ainda insistem nos recursos". Ele inclui aí o próprio jornal.
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sábado, agosto 13, 2005

Sábado de manhã

Uma das coisas que vou morrer de saudades quando voltar para o Brasil é dormir na casa das amigas. Como a gente fazia quando era criança. Para nada mesmo. Só para comer, ver filme, conversar e tomar café da manhã numa casa de verdade! Hoje, voltando da casa da Rosa lendo o meu jornalzinho, olha quem eu encontrei:


Olha ele aí! Na primeira página da inter do Financial
Times dizendo que se sente traído Posted by Picasa

Ah! Erro brutal num dos últimos posts. Bem que eu estava achando que aquele título do Robin Cook estava parecendo "doente". Ontem, tomando uma leffe com a Iracema: "Ah! Esqueci de te avisar. No título do Robin Cook ele é duende com O". Ahhh!! Escrever sem revisor dá nisso... Correções de cachorros com X são mais que bem-vindas por favor!
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sexta-feira, agosto 12, 2005

Não voto mais no Lula

Primeiro foi tudo o que está ligado à política econômica. Ficou marcado para mim o dia em que Palocci anunciou o economista Murilo Portugal para sua secretaria executiva. Portugal era secretário do Tesouro de Malan e ganhou do então chefe o apelido de "Satânico Dr. No", numa alusão ao personagem do britânico Ian Fleming e à rigidez com que o economista costumava dizer não às demandas de verbas dos ministérios. Enquanto isso, na área social, Beneditas, Grazianos, Freis Bettos, Patrus Ananias etc etc brincam de casinha. A brincadeira de casinha é o tema da minha dissertação...

E nesses dois últimos meses a gente vem dolorosamente descobrindo que o PT não é diferente dos demais. Num novelesco escândalo de corrupção a gente descobre que o partido de Lula não só não foi capaz de parecer honesto (como a mulher de Cesar), mas também não foi honesto.

Ontem, o publicitário que vendeu Lula para o Brasil admitiu ter recebido dinheiro ilícito e, num estilo bem brasileiro, justifica: "Esse dinheiro era claramente de caixa dois, a gente não é bobo. Nós sabíamos, mas não tínhamos outra opção, queríamos receber". Diz que abriu a conta em paraíso fiscal por causa desses R$ 11,9 milhões e ainda se lamenta: "Pela cotação do dólar, entrei pelo cano". É... Coitadinho...

Aquele que em 2002 apareceu na tela da minha urna eletrônica e fez meu olhos ficarem cheios d'água de esperança agora age como um populista. Vai hoje à TV dizer que se sente traído. Quem é que foi traído aqui?

Agora decidi mesmo. Não voto mais nele. Puxa vida.

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Falando em Malan, quer dizer que a cafeteria do Armínio Fraga tá fazendo o maior sucesso, é? Novidade pra mim. Assim como um negócio que eu ouvi essa semana e fiquei sem entender a piada. Dizem que é a nova praga no Brasil: "Pedala, Robinho". (?!?!?!)
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quinta-feira, agosto 11, 2005

Como nos desenhos animados

Ter que explicar "o que aconteceu com o PT??" para os gringos que estudam América Latina e viam Lula como "o grande salvador" já não é a coisa mais legal do mundo. Mas ontem vieram me perguntar: "Julia, o que foi aquele assalto ao Banco Central?? Parece que cavaram um túnel... Dizem que foi o assalto de maior valor na América Latina..." E agora? "Pois é... Ninguém sabe ainda direito o que aconteceu... O assaltante tinha fugido da prisão há um tempo... Também cavando um buraco..."
Diminuindo a voz até conseguir mudar de assunto.

Aqui, a notícia pelo mundo:

Behind a Brazen Brazilian Burglary
The Washington Post

Brazilian police hunt tunnel gang behind £38m raid on bank
The Herald
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terça-feira, agosto 09, 2005

Ainda Edimburgo


No meio desse estresse da chegada do
prazo pra entrega da dissertação, a
bucólica imagem do rio que passa no meio
de Edimburgo. Essa aí na ponte sou eu! Posted by Picasa
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domingo, agosto 07, 2005

Meu duende preferido



Soube da morte do Robin Cook num churrasco num daqueles tradicionais jardins de casas vitorianas nos suburbios de Londres. Me aproximei de um grupo de amigos e ouvi: "Fala isso pra Julinha". "O Robin Cook morreu". Já sabiam que tinha encanto por ele. Desde o seu primoroso discurso no Parlamento, quando renunciou ao posto de líder do Partido Trabalhista na Câmara dos Comuns por não concordar com a decisão de Blair de ir à guerra sem o aval do Conselho de Segurança da ONU. No meio daquela maluquice toda do início da guerra no Iraque, foi ele que deu o mais equilibrado e elegante depoimento sobre a situação. E por isso aquela carinha de duende (com orelhinhas pontudas e fortes marcas de expressão) me conquistou nos tempos de JB. Hoje os jornais daqui anunciam a sua morte... Menos bom senso aqui na Terra...
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sábado, agosto 06, 2005

Olha o mate!

Naquele meio (ou início?) de outono, quando cheguei a Londres, já não dava para sair sem casaco. Fazia frio, mas a minha eterna alma carioca me levou a um dos primeiros pensamentos quando entrei no meu quatro: "Hum... Vou precisar pelo menos de um ventilador aqui quando o verão chegar".
E que verão! 13 graus à sombra! Nada de ventilador. E o edredon ainda é fiel aliado. Sair sem "levar um casaquinho" acho que só duas vezes nestes últimos 11 meses. E os que me conhecem nas CNTP sabem que eu sou a maior calorenta do mundo.
Abrindo parênteses: acho que o adjetivo "calorento" é coisa nossa. Pesquisando a questão com amigos nativos, sempre ganho uma gargalhada seguida por uma cara de "I am sorry"/"Lo siento". Não encontrei nada semelhante em inglês ou espanhol. Aceito contribuições. Me senti meio como os esquimós, que (dizem) têm sete palavras diferentes para se referir a "neve". No caso de nós brasileiros é necessária uma que identifique "aquela pessoa que está sempre com calor". E essa explicação provoca mesmo gargalhadas. Fecha parênteses.
O mais engraçado de tudo é ver essas temperaturas aqui ao lado e imaginar também o invernão pelo qual o Rio está passando: 20 graus. Londres no verão é em média uns cinco graus mais fria que o Rio no inverno. Uff! Que calor!

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Ah! Já tem um tempo que saiu, mas achei bem interessante esse artigo do Observer. Sobre as desvantagens para os ingleses de "não ter que aprender outro idioma" e tudo que envolve isso.
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quarta-feira, agosto 03, 2005

É, Guinness, não deu...

E de volta a Londres mais uma vez. Aliviadíssima já que o último dia em Dublin foi meio dramático, com febre e coisa e tal. E volta de viagem em avião e aeroporto Ryanair é sempre volta de viagem em avião e aeroporto Ryanair... Ai, ai... Horas e horas. Demora um dia para se recuperar.
Pelas ruas de Glasgow, o cartaz "Escócia com elegância" me deixou a princípio bem indignada. Não era pra tudo isso, ainda mais quando se põe Edimburgo no meio. Não tem pra ninguém. Mas tenho que concordar com o Ricardo sim... Um dia depois da chegada da saga pela Escócia e Irlanda, revendo as impressões a minha nota para Glasgow aumentou. A Lighthouse Gallery e a Glasgow School of Art contibuiram muito para isso. Edimburgo é perfeita (vide fotos)! Dublin me decepcionou. Mas pode ter sido por causa da gripe. E, como falei para alguns amigos por email, agora posso dizer com propriedade: definitivamente não gosto de Guinness. Mas ninguém é perfeito...


Um (raro) dia de sol numa das cidades mais lindas do
mundo: Edimburgo! Posted by Picasa

Mais fotos da viagem, aqui. Prometo mais fotos para breve. Assim que receber do as resto da galera.


No Guardian, um dia depois do anúncio feito pelo IRA.
Muito engraçado!!Posted by Picasa
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